domingo, 6 de maio de 2012


A nova forma de pensar da Filosofia Moderna culminou no Racionalismo (René Descartes) e no Empirismo (Francis Bacon, John Locke, David Hume) e preparou, de certa forma, o caminho para o Criticismo Kantiano. Detalhe cada uma dessas correntes.
 



Segundo Descartes, comumente chamado de principal pensador da racionalidade moderna, só podemos conhecer a realidade pela razão.  A isso chamamos de RACIONALISMO. E juntamente a esta questão, a problematização da verdade não mais como dada pelo mundo externo, físico, natural (como em Galileu), mas sim como uma qualidade própria do homem como ser pensante, assim, a partir de Descartes, a verdade é representada subjetivamente, isto é, na consciência do homem e não no mundo.
O pensamento moderno é caracterizado por uma discussão em torno da  subjetividade,  isto  é,  tudo  aquilo  que  se  articula  como pensamento  ou  com  a  noção  de  consciência  de  si.  E o pensar ou consciência de si mesmo, segundo Descartes, é condição para que exista o sujeito – res cogito (que significa consciência pensante). Em Descartes, a idéia de sujeito é o mesmo que: substância pensante, descobrindo com isso a posição do cogito (do pensamento), definindo-o como substância do sujeito.
Para Davi Hume o ponto de partida da reflexão humana está em considerar que todo conhecimento que se refere ao mundo começaria com a experiência, fundando-se na percepção. Davi Hume considera a percepção de duas maneiras: impressões e idéias. As impressões seriam as percepções mais vivas sentidas pelo sujeito, como as sensações que se tem das cores, dos sons, de uma paisagem, de uma dor, de estados de tristeza e de alegria. As idéias, de modo diferente, seriam cópias das impressões, imagens mais pálidas que resultariam da forma como o sujeito refletiria sobre as impressões ao usar a memória ou imaginação.
Hume acredita que o problema do conhecimento teria por fundamento princípios que fariam parte da mente: impressões, idéias, imaginação, hábito e crença.
Já o contexto da reflexão kantiana foi o século XVIII, marcado por duas ciências  que  apresentavam  resultados  indiscutíveis  para  a humanidade: matemática e física. Ao lado dessas duas existia ainda a metafísica que, ao contrário das duas ciências, não só procurava tratar da realidade última das coisas como não conseguia convencer ninguém sobre os seus resultados.
O entendimento seria a sede onde se encontram as categorias, também chamadas conceitos, que organizariam os conteúdos enviados pela sensibilidade.  Assim como através da sensibilidade os objetos são dados, através do entendimento eles seriam conhecidos. Para que o sujeito conheça alguma coisa, será necessário estabelecer uma relação entre as faculdades da sensibilidade e do entendimento, senão a produção de conhecimento seria impossibilitada.
Observa-se que o sujeito, formulado por Kant, seria constituído de uma estrutura racional dotada de formas a priori da sensibilidade, do entendimento e da razão que indicaria aquilo que o homem poderia ou não conhecer. O filósofo alemão chama essa estrutura de transcendental. Isso em função dela corresponder às diversas maneiras pelas quais o sujeito pode conhecer os objetos. Ainda que outros filósofos venham a discordar da interpretação kantiana, não se pode falar de conhecimento sem que tais questões sejam discutidas, o que faz de Kant um dos autores mais importantes da história da civilização humana.

Referência:
JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da Educação. 


2 comentários:

  1. Oi Almerinda,
    Você já imaginou os pensadores, em seus respectivos momentos históricos? Com certeza provocaram muita incredulidade e até mesmo críticas, é como o Mito da Caverna - de Platão -a pessoa que sai do mundo sensível para o das ideias é, muitas vezes, condenada.

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  2. Almerinda. Bom Dia!
    Resumindo o que você disse, podemos perceber que a separação entre fé e razão, o antropocentrismo e o interesse pelo saber ativo na época do Renascimento levaram os filósofos a partir do séc. XVII a questionar a possibilidade do conhecimento, dando origem às teorias racionalista e empirista. Kant supera essa dicotomia tendo como premissa o ideal iluminista da razão autônoma e procede a análise critica da própria razão, concluindo que o conhecimento só é possível pela conjunção de duas fontes: a sensibilidade e o entendimento. A sensibilidade da a matéria e o entendimento dá as formas do conhecimento.
    A construção do conhecimento fundado sobre o uso critico da razão,vinculado a princípios éticos e a raízes sociais é tarefa que precisa ser retomada a cada momento,sem jamais ter fim.

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